Criticado pela Folha de São Paulo de ontem por Alcino Leite Neto, Fashion Rio mostra ao mundo a cara provinciana que a Moda do Rio tem.
O Fashion Rio chega ao fim de sua 16ª edição, segunda nas mãos do produtor Paulo Borges, com o patrocínio renovado da Oi, que havia deixado o evento na edição passada para dar exclusividade ao Fashion Rocks. Prometendo uma super festa para a moda brasileira, o Rio ainda desanima os jornalistas não-cariocas... A maior crítica que se ouve é a visão provinciana e copista que as marcas ainda insistem.
O que faz com que elas ajam dessa forma? A questão é simples... Medo de errar... A “marolinha” que veio com a crise econômica foi o suficiente para que empresários de todos os segmentos da moda preferissem o certo ao duvidoso, criando uma festival de vitrines idênticas nas ruas de Ipanema e pelos shoppings da cidade desde o último inverno.
Até mesmo alguns dos ateliês mais criativos viram a necessidade de uma moda um pouco mais inspirada no que se vende lá fora. As pesquisas internacionais podiam até mudar de nome, pois pesquisa é o que se menos faz... Hoje a coisa funciona muito mais simples: Você olha o que vende em Paris, compra a peça na loja mais barata e leva para o Brasil, onde será reproduzida em grande escala.
O Rio é uma cidade de artistas, poetas... Uma cidade que inspira, que funciona como personagem principal da vida dos cariocas. Nós precisamos de uma moda que reflita essa riquíssima diversidade cultural que existe na cidade, que não fique só na caricatura batida daquele Rio antigo e dos Arcos da Lapa... É preciso descobrir o que rola, o que se inventa, o que está sendo criado hoje, pra não perder a mão, fazer uma moda com cara de obra de arte, leve e deliciosamente feliz, como o que temos de melhor às margens da Baia de Guanabara.